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Perguntas Frequentes

O que é a afasia?

A afasia é uma perturbação da comunicação em que as pessoas poderão ter dificuldades de expressão, de compreensão, leitura e escrita. Poderão, ainda, existir dificuldades em compreender e/ou usar os gestos, a mímica e/ou o desenho. Contudo, a afasia não afeta a inteligência. A afasia tem um impacto brutal na vida social das pessoas, na medida em que estas deixam de participar, da mesma forma, numa conversa e nas suas atividades diárias. Os seus papéis e relacionamentos sociais podem ficar comprometidos e esta condição pode levar ao isolamento social, solidão e perda da autonomia.4

Como faço para aceder aos vossos serviços?

O primeiro contacto com o IPA poderá ser realizado através de uma chamada telefónica, através do número: 910562189, por email:geral@ipafasia.pt ou através do preenchimento da ficha de inscrição/ referenciação, que pode encontrar aqui.

A partir deste primeiro contacto, será marcada a primeira sessão de acolhimento (gratuita e sem compromisso) em que ficará a conhecer os nossos serviços e programas. Se após esta sessão de acolhimento, estiver interessado em integrar os nossos serviços, será definido, em colaboração com o terapeuta da fala e/ou psicóloga, os que serão mais ajustados às vossas necessidades.

O IPA está situado numa região do país distante da minha área de residência, como posso ter o vosso apoio?

O IPA tem desenvolvido diferentes tipos de respostas terapêuticas e sociais de forma a abranger todo o território nacional e conseguir apoiar, inclusivamente,  pessoas que estão fora do país e que procuram ajuda. Além da intervenção presencial, realizada nas nossas instalações, em Matosinhos, realizamos teleterapia (terapia à distância através do computador), organizamos um “Dia intensivo” (um dia inteiro de terapias em equipa preparado especificamente para uma pessoa com afasia e seus acompanhantes) e dispomos ainda de uma linha telefónica de apoio especializado, para todo o país (todas as informações sobre os nossos serviços aqui. 

De forma a complementar estas respostas, poderá também aceder a conteúdos informativos e audiovisuais disponíveis no nosso site, quer em Recursos quer em Formação.  Aconselhamos, ainda, a manter-se informado aqui, no nosso site ou na nossa pagina de Facebook  e/ou Instagram  sobre as atividades pontuais desenvolvidas pelo IPA que poderão ser do seu interesse. 

Já passou um ano e agora? Vou continuar a melhorar?

Ao fim de um ano, a evolução das competências linguísticas pode abrandar ou ser mais lenta, mas continua a acontecer. É possível continuar a recuperar as suas capacidades linguísticas e comunicativas ao longo do tempo, assim como retomar e/ou adaptar as suas atividades de vida diária, desde que a abordagem terapêutica utilizada seja a mais adequada. Infelizmente, muitos profissionais de saúde continuam a dizer a pessoas com afasias mais graves que, após um ano de lesão, já não há nada a fazer. No entanto, isso não é bem verdade. Vários estudos1,2  e a nossa experiência profissional mostram que uma pessoa com afasia pode continuar a recuperar quer ao nível da linguagem, quer da comunicação, da funcionalidade e do bem-estar. Neste percurso, é fundamental ter o apoio e suporte dos familiares/amigos e de profissionais de saúde.

Uma pessoa pode ter afasia e não ter nenhuma alteração motora?

Sim, dependendo da área do cérebro lesada. No entanto, na maioria dos casos as pessoas com afasia também apresentam défices motores associados. Uma lesão no hemisfério esquerdo (lado esquerdo) do cérebro, que na maioria dos casos corresponde ao hemisfério responsável pela linguagem, pode originar afasia. No entanto, este hemisfério também controla, do ponto de vista motor, o lado direito do corpo da pessoa, pelo que poderão existir alterações motoras à direita, se essas estruturas cerebrais  forem lesadas.

A pessoa com afasia pode regressar ao trabalho?

No caso das atividades profissionais em que as competências de linguagem e comunicação sejam fundamentais para a sua realização, a afasia pode dificultar o seu regresso. No entanto, pessoas com afasia menos graves poderão ser capazes de voltar a trabalhar. Tudo isto depende de muitos fatores que nem sempre estão relacionados com a pessoa com afasia, mas sim com a falta de oportunidades ou apoios. Outras pessoas poderão ter que mudar de emprego ou de função no emprego que tinham previamente.

É possível comunicar com uma pessoa com afasia?

Sim. A comunicação com a pessoa com afasia é possível, desde que exista uma adaptação por parte da pessoa com afasia e dos seus parceiros de comunicação. Em casos de pessoas com afasia mais grave, o sucesso da comunicação depende, sobretudo, da capacidade do parceiro de comunicação em se adaptar.4 Esta adaptação inclui a utilização de estratégias, materiais e recursos que suportem a interação, facilitando o acesso e/ou participação da pessoa com afasia. Claro que aprender a comunicar de uma outra forma que não através da fala, não é um processo natural. O terapeuta da fala é o profissional de saúde mais competente para vos ajudar neste processo. É da sua responsabilidade capacitar os parceiros de comunicação para que estes possam desenvolver o uso adequado de ferramentas e estratégias eficazes quando interagem com as pessoas com afasia.

A afasia afeta a inteligência?

Não. A afasia não afeta a inteligência. Os conhecimentos da pessoa com afasia estão preservados. As dificuldades de acesso ao léxico, às palavras, e de comunicação é que mascaram a inteligência das pessoas com afasia, mas as ideias e os pensamentos estão intactos. O que se verifica é uma dificuldade em os exteriorizar.

Todas as afasias são parecidas?

Não. Dependendo das áreas cerebrais lesionadas, existem diferentes tipos de afasia. Algumas pessoas têm dificuldades em falar, outras têm dificuldades em compreender o que os outros dizem, outras têm ambas as dificuldades. A leitura, a escrita e a capacidade para compreender e/ou usar os gestos, mímica facial e desenho pode estar igualmente alterada. Contudo, independentemente de duas pessoas com afasia apresentarem o mesmo tipo de afasia, as suas características nunca são iguais. Cada caso é um caso.

Qual é o tratamento para a afasia?

Não existe um tratamento universal/estandardizado que possa ser aplicado a todas as pessoas com afasia. Existem diferentes tipos de abordagens terapêuticas que ajudam no processo de recuperação, mas que devem ser ajustadas, de acordo com as características e necessidades da pessoa com afasia e dos seus familiares, e ainda de acordo com a fase da própria recuperação. No nosso caso, o IPA contempla abordagens terapêuticas inovadoras que pretendem minimizar o impacto psicossocial da afasia, trazendo as pessoas com afasia e a sua família para o centro de tomada de decisões e na construção de soluções.5 Com esta abordagem, pretendemos a melhoria da qualidade de vida das pessoas com afasia, assim como dos seus familiares.

O meu familiar foi diagnosticado com Afasia Progressiva Primária. O IPA intervem com esta população?

Sim. Para além das afasias decorrentes de uma lesão cerebral adquirida aguda, o IPA oferece uma intervenção especializada nas Afasias Progressivas Primárias (APP), decorrentes de um processo neurodegenerativo. Por existir um agravamento ao longo do tempo das capacidades cognitivas e linguísticas da pessoa, uma intervenção numa fase mais inicial do aparecimento destas dificuldades é uma mais valia para a prevenção e preparação de fases mais posteriores desta condição. Também neste tipo de intervenção é essencial a presença e o envolvimento dos parceiros de comunicação da pessoa com APP, para que estes conhecam as ferramentas e estratégias mais eficazes para comunicar e apoiar o seu familiar que tem APP.

Referências bibliográficas
  1. Brown, K., Worrall, L., Davidson, B. & Howe, T. (2012). Living successfully with aphasia: A qualitative meta-analysis of the perspectives of individuals with aphasia, family members, and speech-language pathologists. International Journal of Speech-Language Pathology, 14: 141-155.
  2. Engelter, S.T., Gostynski, M., Papa, S., Frei, M., Born, C., Ajdacic-Gross, V., et al. (2006). Epidemiology of aphasia attributable to first ischemic stroke: incidence, severity, fluency, etiology, and thrombolysis. Stroke, 37: 1379–84.
  3. Garcia, E. & Connor, L. T. (2011). Understanding Barriers and Facilitators to Participation in People With Aphasia: A Qualitative Approach. Dissertation. Washington University School of Medicine.
  4. Grawburg, M. Howe, T., Worrall, L. & Scarinci, N. (2013). A qualitative investigation into third-party functioning and third-party disability in aphasia: Positive and negative experiences of family members of people with aphasia. Aphasiology, 27: 828-848.
  5. Hilari, K. (2011). The impact of stroke: Are people with aphasia different to those without? Disability and Reabilitation, 33: 211-218.
  6. Howe, T. J., Worrall, L. & Hickson, L, M. H. (2004). What is an aphasia-friendly environment?. Aphasiology 18: 1015-1037.
  7. Kagan, A. & Simmons-Mackie, N. (2013). From My Perspective: Changing the Aphasia Narrative. The ASHA Leader, Vol. 18, 6-8.
  8. Laska, A. C., Hellblom, A., Murray, V., Kahan, T. & Von Arbin, M. (2001). Aphasia in acute stroke and relation to outcome. Journal of Internal Medicine, 249: 413–422.
  9. Maia, A. (2013, Março 27). Portugal é o 6.º país que mais gasta com AVC. Diário de Notícias.
  10. Michallet, B., S. Tétreault, et al. (2003). “The consequences of severe aphasia on the spouses of aphasic people: A description of the adaptation process.” Aphasiology 17: 835-859.
  11. Papathannasiou, I. & Coppens, P. (2017). Aphasia and Related Neurogenic Communication Disorders. (2ª ed). Jones & Bartlett Learning.
  12. Rogalski, E. J. & Khayum, B. (2018). A Life Participation Approach to Primary Progressive Aphasia Intervention. Thieme Medical Publishers, Inc. 284-296
  13. Simmons-Mackie, N., & Kagan, A. (2007). Application of the ICF in aphasia. Seminars in Speech and Language, 28: 244–253.
  14. Simmons-Mackie N., Worrall L., Shiggins C., Isaksen J., McMenamin R., Rose T., Guo Y. E. & Wallace S. J. (2019). Beyond the statistics: a research agenda in aphasia awareness. Aphasiology, 34: 458-471.
  15. Fotiadou, D., Northcott, S., Chatzidaki, A. & Hilari, K. (2014). Aphasia blog talk: How does stroke and aphasia affect a person’s social relationships? Aphasiology, 28: 1281–1300

  16. Alborés, N., Attard, M., Worrall, L., Hersh, D., & Banszki, F. (2019). Information About Aphasia for the National Disability Insurance Agency. Australian Aphasia Association. Retirado da Web: https://aphasia.org.au/wp-content/uploads/2019/05/Aphasia-and-the-NDIA-PDFv1.0.pdf

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